PLANO DE AULA RESCREVENDO HISTORIAS
domingo, 14 de fevereiro de 2010 by Reciclagem de Artigos in

Introdução
Em sociedades letradas, desde muito cedo, as crianças demonstram interesse e fazem reflexões sobre a função e o significado da escrita. Para que possam escrever autonomamente, é preciso que entrem em contato com diversos tipos de textos já nas quatro séries iniciais do Ensino Fundamental. O professor deve apresentar aos alunos poesias, receitas, contos, fábulas, lendas, cartas etc.
Os contos de fadas, por exemplo, têm uma estrutura complexa e são importantes no processo de alfabetização, pois neles ocorre uma narrativa perfeita, com a seqüência apresentada sempre da mesma forma: cenário, problema, construção do clímax da história, clímax, resolução do problema e desfecho. Além do mais, a identificação emotiva entre os alunos e os personagens predispõe as crianças à leitura.
Com as atividades propostas a seguir, as crianças darão um passo para a percepção de elementos da linguagem escrita. Perceberão elementos lingüísticos e discursivos e avançarão com relação ao domínio das normas da Língua Portuguesa. Terão também oportunidade de produzir algo com uma finalidade sócio-cultural e vivenciar uma prática que ocorre normalmente fora da escola, como escrever livros.
Objetivos
Ao final deste trabalho, os alunos serão capazes de:
• demonstrar conhecimento de diferentes contos de fadas;
• produzir e revisar textos;
• refletir sobre o uso das convenções que normatizam os usos da Língua Portuguesa com relação à ortografia;
• comunicar-se e expressar-se através de situações de intercâmbio social, elaborando e respondendo perguntas.
Conteúdo específico
Produção e revisão textual
Ano
5º e 8º séries
Tempo necessário
Dez aulas
Material necessário
Giz, lousa, papel sulfite, canetas coloridas, lápis de cor, livros de contos-de-fadas.

Desenvolvimento das atividades
Primeira etapa
Faça no quadro-negro ou em um cartaz uma lista, em ordem alfabética, dos contos tradicionais mais conhecidos pela turma. Diariamente, reserve um tempo para ler com a classe as histórias escolhidas.

Segunda etapa
Escolha com o grupo uma das histórias e leve para a classe várias versões para ler com as crianças, destacando semelhanças e diferenças com relação a: tipo de texto, organização do texto, personagens que compõem a história, seqüência em que se desenrola a trama, tempo em que as histórias se desenvolvem e cenários.

Terceira etapa
Discuta com o grupo algumas características e formas de organização dos contos.

Quarta etapa
Faça um planejamento da escrita. Assegure-se de que o tipo de texto que será produzido foi trabalhado em sala, com a discussão sobre a estrutura dos diálogos e a observação de todos os aspectos textuais. Proponha então a produção coletiva e individual de novas versões para um conto. Por exemplo: "Agora, que vocês já ouviram diversas versões sobre a história 'Os Três Porquinhos', crie a sua, mantendo os principais elementos dos textos lidos: personagens, estrutura narrativa etc."

Quinta etapa
Faça revisões dos textos coletivos em roda, destacando os elementos que exigem maior atenção.

Sexta etapa
Faça cruzadinhas, jogos de forca ou stop utilizando variações que sistematizem dificuldades ortográficas, como o uso de x, ch, ç, ss, s. O bingo de palavras pode envolver as que apresentaram mais erros.

Sétima etapa
Crie com a classe uma legenda para as correções de textos como
______ : erro de ortografia
( ): erro de vocabulário
+ : erro de pontuação
* : letra maiúscula
** : erro de acentuação

Exemplo: "Os porcinhos forão para o Egito, mas como não sabiam falar a língua (egitana) não podiam conversar +O mais velho, que se chamava *edu, teve uma **ideia que contou para o irmão do meio."
Proponha uma revisão dos textos individuais em duplas, usando a legenda criada para correções.

Produto final
Finalize a atividade, pedindo ilustrações para a nova versão do conto e a criação de um livrinho para ser lido por outras classes.
Avaliação
Durante o desenvolvimento da atividade, é possível avaliar como o aluno:
• utiliza em outros contextos de produção escrita, os conhecimentos que constrói a respeito da pontuação (veja o 1º objetivo);
• usa seus conhecimentos diante do texto para pontuá-lo a fim de atribuir significado a ele (veja o 2º e o 3º objetivos);
• argumenta para defender o seu ponto de vista (veja o 4º objetivo);
• colabora com o grupo (veja o 5º objetivo)
Contextualização
Esta proposta permite que os alunos trabalhem com contos tradicionais, um tipo de texto que a maioria das crianças já conhece. Isso proporciona uma situação favorável para se trabalhar com as normas da Língua Portuguesa; os momentos adequados para ler, ouvir, falar e escrever; a utilização de diversos tipos de registros (lista, livro); a linguagem escrita como forma de organização de informações; a maneira culturalmente adequada para escrever.

Plano de Aula
Texto sem enrolação
Objetivos
Discutir formas de iniciar narrativas e desenvolver técnicas de construção de textos.

Introdução
Como afirma a reportagem de VEJA, prender a atenção de um leitor logo nas primeiras linhas de um texto é tarefa árdua. Nada garante que você vá chegar até o fim da página, a não ser a habilidade desta redatora em convencê-lo de como o assunto em pauta é adequado para seus alunos. Eles irão saber, entre outras coisas, que todo texto é dirigido a um interlocutor específico e que argumentar com exemplos é mais do que “encheção de lingüiça”.

Persuasão planejada
Apresente aos alunos o conceito de dissertação – ordernar conceitos e idéias a fim de alcançar conclusões que têm o objetivo definido de convencer alguém. Mostre que dissertar é algo comum no cotidiano e não uma atividade restrita ao mundo escolar. Todo mundo disserta o tempo todo. O “garotão” tenta convencer a “gatinha” a “ficar” com ele, o político tenta persuadir o eleitor e conquistar seu voto. Por outro lado, a argumentação deve ser adequada ao perfil social e psicológico de quem se quer convencer.

Argumentos exemplares
Leia com os estudantes o material de VEJA. Em seguida, peça para que tentem explicar de que forma ela busca convencer seu leitor de que “o bom início é aquele que é surpreendente”. A estratégia adotada é a exemplificação, combinada com os comentários tecidos a partir de cada exemplo. Os inícios de textos narrativos famosos apresentados são tão díspares uns dos outros, que parece inevitável chegar à conclusão de que “os melhores começos não cabem nos manuais”. Proponha, então, uma reflexão sobre o modo como a exemplificação é usada pelos alunos em diferentes situações do dia-a-dia em que precisam dissertar sobre alguma coisa. Tente levá-los a perceber que esse recurso só faz sentido quando realmente tem função argumentativa e não serve apenas para “encher lingüiça”.

Leitor ideal
Comente com a turma que narrar também é uma atividade que vai além das redações. Quando se conta uma piada ou o que aconteceu numa viagem, por exemplo, obrigatoriamente se produz uma narrativa. O texto narrativo ficcional é um universo criado pelo autor, e tem de ser apresentado de alguma forma ao leitor – daí a relevância das primeiras linhas. Mais do que surpreendente, a abertura de uma narrativa tem de ser “pedagógica” e instruir o leitor sobre o que o espera no universo que ele pretende penetrar, dando-lhe a opção de prosseguir com a leitura ou não. Para o escritor italiano Umberto Eco, as primeiras páginas são como um “obstáculo penitencial”, capaz de criar o “leitor adequado para as páginas seguintes”. Eis um bom tema para discutir com seus alunos: para quem eles escrevem quando você lhes solicita um texto narrativo?

Conclusão
Encerre as discussões perguntando aos alunos se a argumentação da reportagem é bem-sucedida ou não, levando-se em conta a quem se destina o referido texto. Como é esse leitor? Ele é especializado no assunto “narrativas” ou trata-se de um público genérico? A linguagem e o recurso da exemplificação são adequados a ele? As conclusões servirão para mostrar como o perfil do leitor é fundamental na elaboração de uma argumentação.

Atividades práticas
1. Proponha aos alunos que elaborem textos narrativos a partir dos vários inícios apresentados na reportagem. Cada um deve escolher o início que mais lhe agrada. Não deixe de fazer leitura e comentário para a classe dos textos produzidos.

2. Divida a turma em grupos e peça que cada um traga para a aula um determinado jornal. Cada equipe deve tentar estabelecer o perfil do leitor a que é destinado o jornal a partir do nível de linguagem, da diagramação, do encaminhamento dos assuntos e da argumentação. É imprescindível que os jornais sejam diferentes entre si (publicações locais, de circulação nacional ou de áreas específicas).

Objetivos
Analisar elementos de estilo em um texto, discutir o papel argumentativo do estilo

Introdução
Não existe receita para a criação de um bom texto, mas quem se propõe a executar a tarefa conta com os diversos "ingredientes" ou recursos de que a Língua Portuguesa dispõe. Somados, eles formam o estilo do autor, que, a exemplo dos melhores cozinheiros, "tempera" suas obras com pitadas de criatividade e bom senso. A reportagem de VEJA emprega adjetivação e coloquialismo, entre outros elementos, para convencer o leitor mais cético de que há saladas deliciosas. A aula estimula seus alunos a enriquecer suas redações com charme e eficiência.

Atividades
1. Comente com a classe a origem da palavra texto: textum é o particípio do verbo latino texere, que significa tecer. Tecer um texto, portanto, exige o entrelaçamento de palavras e frases, a costura de períodos e parágrafos. Nesse trabalho de tecelão, o redator aplica diversos recursos e estratégias, criando um produto cujos aspectos formais, quando bem-articulados, adquirem por si mesmos um significado. Uma das maneiras de se definir estilo é essa - a capacidade do produtor de textos de imprimir em sua obra o talento individual e as marcas de sua arte e sua técnica.

2. Peça à turma que leia o texto "Estrela verde". Depois, leia-o em voz alta e cadenciada, evidenciando algumas de suas qualidades estilísticas. Tramando e compondo os elementos apontados, Aida Veiga produziu um texto de boa realização estilística. Ela exercitou, ainda, outro aspecto que o texto final não revela: a concisão. Sua redação original previa ocupar três páginas da revista. Destaque a felicidade do primeiro parágrafo, cujo teor captura a atenção pelo colorido rítmico e pela cumplicidade que cria com o leitor ao admitir que comer salada já foi uma "insossa obrigação".

3. Pergunte à classe se o estilo pode ou não ter um papel político na comunicação falada e escrita. Textos que tenham as qualidades formais como principal mérito são modelos a seguir ou a evitar? Uma excessiva preocupação com a forma indica pobreza de conteúdo, tema frívolo ou intenção de não aprofundar a abordagem de uma questão?

4. Os alunos devem trazer para a escola editoriais de jornais e revistas, que serão lidos e comentados. O estilo desses textos é mais ou menos rebuscado que os demais? Por quê? Mostre que o rebuscamento tem valor argumentativo: os veículos impressos "capricham" nos editoriais porque crêem na linguagem formal para expor a opinião da empresa.

5. Peça aos alunos que reescrevam o primeiro parágrafo do texto de VEJA, substituindo seus adjetivos por outros à escolha deles. Compare os resultados em sala de aula. Faça propostas semelhantes para os demais parágrafos da reportagem, trocando os substantivos do segundo, os verbos do terceiro e do quarto e, finalmente, os adjetivos do último.

Redação Leve e Gostosa
ADJETIVOS
Já no subtítulo da reportagem, o encadeamento de adjetivos produz seqüências de leitura agradável: "sofisticadas, bonitas e gostosas". O procedimento se repete ao longo do texto: "initerrupta e generalizada", "verdinhas e crocantes". O recurso, que destaca qualidades objetivas e subjetivas, é usado para atrair a simpatia e manter o interesse do leitor.

SIMETRIA
A coordenação de substantivos e adjetivos aparece em construções sintaticamente equilibradas, um recurso rítmico importante: "uma bela massa, um filé suculento, um risoto caprichado", "ingredientes impensáveis e molhos exóticos". Em outros casos, a simetria é construída a partir de termos mais complexos: "com engulhos pelas crianças e com resignada aceitação pelos adultos".

VOCABULÁRIO
A escolha de palavras de sonoridade atraente ou exótica enriquece o texto e, no mínino, estimula a curiosidade do leitor: aboletou-se, endívias, gergelim, galgado, insossa. Termos estrangeiros também "temperam" a reportagem: light, funghi, chefs, fast-food, chicken-salad, bowls, denotando as influências externas na linguagem gastronômica.

COLOQUIALISMO
Em muitos momentos, o texto aproxima-se do leitor pelo tom de conversa familiar: "O.k., acelga não tem graça nenhuma...", "Tomate e pepino, argh!", "Quem empurrou a salada para a área nobre...". Para conferir conteúdo ao texto, Aida Veiga também se vale de dados estatísticos. O leitor fica sabendo que, nos Estados Unidos, 82% dos restaurantes servem saladas como pratos principais. "Foi a partir dessa informação que eu tive a idéia de fazer a reportagem", conta a redatora.

ROTEIRO
Antes de escrever, a jornalista traçou um roteiro mental para se organizar. A argumentação quer convencer o leitor a comer salada e revela essa intenção desde o primeiro parágrafo. Em outro trecho, a redatora assume a posição do desafeto das saladas e tenta convencê-lo de que as novas opções tornaram o prato palatável: "a saladinha sem gosto ganhou ingredientes de dar água na boca".

VERBOS
A redatora usou criteriosamente os verbos dicendi: dizer, contar, afirmar, constatar e confessar modulam os testemunhos, que vão do tom neutro ("diz Sílvia Amaral") até a intimidade exagerada ("confessa a empresária Beatriz Lemgruber"). A confissão, no segundo caso, sugere implicitamente que sonhar com um prato de massa é, para quem faz dieta, um ato condenável, um pecado.

Como elaborar projetos a partir dos PCNs
sábado, 13 de fevereiro de 2010 by Reciclagem de Artigos in

A necessidade de desenvolver capacidades, no sujeito aprendiz, é um dos mais importantes objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais. O desenvolvimento dessas capacidades pode gerar atitudes como autonomia, análise, reflexão etc., essenciais à formação do cidadão integral.
Tais capacidades poderão ser desenvolvidas segundo as orientações de atuação com os conteúdos. Estes devem ser trabalhados não só de forma conceitual, mas também procedimental. Assim, o aprendiz passa ser o agente que desenvolve o processo em todas as etapas do procedimento.
Outra importante orientação dos PCNs refere-se ao trabalho de forma atitudinal com os conteúdos, gerando comportamentos analíticos e reflexivos frente a determinadas problemáticas apresentadas nos conteúdos e presentes em seu contexto social.
Com referência à didática, as orientações voltam-se para a interação do sujeito-aprendiz com o objeto de conhecimento e, também, para a promoção de um estreito contato com os demais membros da equipe. Diante destes parâmetros, resta ao professor buscar formas de nortear sua práxis educacional.
Nesse contexto, apresentamos o trabalho com Projetos, sugerindo dinâmicas que privilegiem tais orientações. Para tanto, definiremos as etapas de um Projeto, não de forma rígida e impositiva, mas de uma maneira naturalmente seqüencial. O aprendiz planeja, executa procedimentos, analisa e reflete sobre problemáticas e apresenta soluções.
Consideramos um Projeto como uma ação de investigação, onde o aprendiz pesquisa, analisa, elabora, depura, reelabora, apresenta suas aquisições e reflexões a respeito do objeto de investigação e, por fim, faz uma (auto)avaliação e uma (auto)crítica, tanto dos seus trabalhos como dos demais, com o intuito de melhor executar os próximos Projetos.
Em termos de vantagens de se trabalhar com a dinâmica de Projetos, podemos destacar:
- Tira o aluno da passividade;
- Possibilidade de trabalho nas diferentes áreas do conhecimento;
- Aprendizagem de forma mais ampla.
Desta forma, esperamos conseguir mediar, para o aprendiz, o desenvolvimento de suas capacidades, o que, posteriormente, poderá resultar em atitudes críticas, analíticas e coerentes, pertinentes ao cidadão integral.
Para o professor, estamos sugerindo formas de sistematização da dinâmica de trabalho com Projetos em sua práxis, levando-o a criar um ambiente motivador, voltado para uma aprendizagem mais significativa, e auxiliando-o a transformar-se, efetivamente, em mediador do processo de desenvolvimento do conhecimento de cada um de seus alunos.
Resumo de curso ministrado pelo Prof. Nilbo Ribeiro Nogueira.
Teoria das Inteligências Múltiplas -Perguntas e Respostas
O que esta teoria apresenta de novidades para a área educacional?
Basicamente, os estudos do Prof. Gardner falam da pluralidade das inteligências, onde o aprendiz é possuidor de um espectro de competências que podem ser desenvolvidas, o que é bem diferente do conceito de sujeito inteligente ou não, mensurado e rotulado pelo seu QI. A teoria das I.M. abre possibilidades de potencialização de outras competências além daquelas trabalhadas nas áreas lógico-matemática e lingüística.
Na prática, qual é a diferença entre estas duas concepções?
Se o aluno for encarado como "pouco inteligente" por apresentar dificuldades em matemática, na lógica das ciências e na expressão lingüística, pouco ou nada poderá ser feito por ele, a não ser deixar que se evada dos bancos escolares. Por outro lado, na concepção das I.M. este aluno poderá desenvolver-se em outras áreas, tais como: musical, espacial, corporal-cinestésica, pictórica, naturalista, interpessoal e intrapessoal. Conhecendo estas outras possibilidades, o professor poderá mediar a aprendizagem nestas diferentes áreas e o aluno considerado "pouco inteligente" poderá desenvolver outras competências de seu espectro e se tornar um excelente artista plástico, atleta, político, ecologista etc.
Mas, como teoria, ela não apresenta referências metodológicas. Como é que o professor pode aplicá-la em seu dia-a-dia?
Gardner fornece algumas pistas, ao contar alguns exemplos de sucesso nas escolas americanas. Destas pistas, enfatizo particularmente o trabalho com Projeto, uma prática que, acredito, pode dar oportunidades a diferentes ações e estímulos nas diferentes áreas do conhecimento.
De certa forma, as escolas dizem já trabalhar com Projetos. Qual é então a novidade?
Não existe novidade além da forma com que são concebidos estes Projetos. Uma série isolada de matemática, por exemplo, sobre cálculo de áreas das bandeiras e do campo de futebol, não pode ser chamada de Projeto Copa do Mundo. Na concepção ideal de Projetos, o trabalho deve acontecer de forma interdisciplinar envolvendo diferentes atividades, onde o aluno se coloca diante de diferentes ações e experenciações, levantando hipóteses, descobrindo fatos, criando, depurando os resultados, recriando novas hipóteses e finalmente expondo seus resultados. Tudo acontecendo com ambiente e ações apropriados, recebendo diferentes estímulos necessários ao desenvolvimento das I.M. Outro grande problema da escola reside na não sistematização desse tipo de dinâmica, talvez até por desconhecer as etapas fundamentais de um Projeto.
O senhor falou em interdisciplinaridade. As escolas não escontram muitas dificuldades para colocá-la em prática?
Sim, é verdade, mas não é por isto que ela deverá ser descartada. Na realidade, a dificuldade em trabalhar de forma interdisciplinar é que o tema fica para todos e, na prática, não fica para ninguém. Acredito que uma boa forma de trabalhar a interdisciplinaridade é "dar um pai à criança", função que considero poder ser executada pela disciplina Ciências como elo deste processo, ou ainda, trabalhando com a concepção ideal de Projeto.
Qual a vantagem de se trabalhar desta forma?
Para o aluno, é uma forma de tirá-lo da passividade e colocá-lo diante de oportunidades de participar ativamente de seu processo de construção do conhecimento. Ao professor, é um auxílio para trabalhar seus conteúdos, não só de formas conceituais, mas também de formas procedimentais e atitudinais, fatores estes essenciais na formação do sujeito verdadeiramente integral.


DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM O QUE SÃO? COMO TRATÁ-LAS?
by Reciclagem de Artigos in

adia Aparecida Bossa
O ensino nas instituições do governo é da pior qualidade. Falo com a experiência de vários anos como supervisora de estágio na área de psicologia escolar, uma vez que os grupos de estagiários sob minha supervisão permanecem por um ano nas instituições de ensino da rede pública, e tem por tarefa realizar um diagnóstico e desenvolver um projeto de intervenção que atenda as principais necessidades da escola
Percebemos que muitos materiais literários estão sendo lançados na psicopedagogia que até pouco tempo, tinha carência de materiais científicos específicos para a área. Este novo lançamento do seu livro "Dificuldades de Aprendizagem" O que são? Como trata-las, é a primeira obra da psicopedagogia que explica a leigos o trabalho do psicopedagogo e sobre as diversas faces das dificuldades de aprendizagem. Era esta a sua intenção? Por que?
A motivação para a elaboração do Livro "Dificuldades de Aprendizagem.O que são? Como tratá-las? "foi criar um material que pudesse facilitar o enquadre junto à criança (e/ou adolescente) e seus pais, quando houvesse indicação para uma intervenção psicopedagogica. Essa necessidade surgiu da minha experiência enquanto supervisora de estágio em atendimento psicopedagógico clínico na PUC/SP. Frente à dificuldade dos estagiários em esclarecer, à criança e à família, como e porquê seria conduzido o processo de intervenção, ocorreu-me que um material ilustrado, através do qual, os personagens envolvidos no processo pudessem se identificar, poderia se constituir num instrumento valioso para o Psicopedagogo.Ao longo da trajetória de criação do material, outras demandas foram se acrescentando a motivação inicial, como por exemplo: a importância de auxiliar o professor no momento do encaminhamento do aluno com dificuldades; o esclarecimento aos acadêmicos da área da educação e da psicologia à respeito da especificidade da psicopedagogia; uma contribuição acerca da complexidade do processo de aprendizagem escolar, etc...Por fim, quando depois de pronto, passei a testá-lo, a fim de verificar sua eficácia antes da publicação, constatei o efeito terapêutico produzido pelos movimentos de identificação e projeção, das crianças que, ao se reconhecerem no personagem e nas situações presentes no livro, sentiam-se compreendidas e acolhidas. Só a título de esclarecimento, sem muito rigor teórico, estou chamando de identificação "ao processo psíquico de se reconhecer em um elemento externo" e de projeção "o processo psíquico de atribuir ao elemento externo, aspectos do mundo interno."
Este é um livro que deverá estar nas instituições e nos consultórios já que claramente existe a preocupação com a qualidade do material, imagens e a didática empregada nas questões/respostas que surgem a cada momento no processo daqueles que procuram e necessitam de um trabalho psicopedagógico?
De fato, a intenção, é que este material esteja tanto na clínica, como nas instituições de ensino em geral, e que possa ser utilizado de forma criativa, em vários momentos do processo. Que possa ainda ser manuseado muitas vezes, por isso a preocupação com o papel e que as imagens (ilustrações) superem o alcance da linguagem escrita.
Você é autora também do livro "A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática". A quem se direciona este livro e qual a abordagem?
O livro " A Psicopedagogia no Brasil : contribuições a partir da prática"é direcionado à psicopedagogos, estudantes de psicopedagogia e aos profissionais da educação e da psicologia interessados em conhecer o campo da psicopedagogia. Nesse livro, através de uma abordagem da prática procurei sistematizar os fundamentos da psicopedagogia. No capítulo I procuro definir a psicopedagogia, seus fundamentos epistemológicos e seu objeto de estudo, contextualizando-a.Nos capítulos II e III discuto a especificidade dessa prática, a questão da formação, o código de ética e os limites e as possibilidades da psicopedagogia frente a realidade brasileira. Nos capítulos IV e V procuro ilustrar, através de fragmentos de casos, a prática clínica e institucional, e comparo a prática psicopedagógica com outras práticas, ou seja, procuro delimitar nosso campo de atuação.Por fim, nas considerações finais trato da questão da identidade do psicopedagogo brasileiro , que foi sendo tecida ao longo dos capítulos do livro.
Como organizadora e autora lançou outros três livros "Avaliação psicopedagógica da criança de 0 a 6 anos"; "Avaliação psicopedagógica da criança de 7 a 11anos" e "Avaliação psicopedagógica do Adolescente", como é trabalhar com profissionais com outras abordagens psicopedagógicas?
A complexidade do fenômeno em questão - a aprendizagem humana - tem a dimensão da própria vida. Costumo trabalhar com uma definição de aprendizagem inspirada em Bleger. Em Psicologia da Conduta, Bleger nos diz que "a conduta e a personalidade têm um desenvolvimento no qual vão se organizando progressivamente, respondendo a um processo dinâmico no qual podem se modificar de maneira mais ou menos estável. Chama-se aprendizagem esse processo pelo qual a conduta modifica-se de maneira estável à raiz das experiências do sujeito."Portanto, embora o conceito de aprendizagem tenha sobre si o peso da tradição intelectualista, abarca muito mais. Por isso, a despeito da importância que esse aspecto possa ter, ele é só uma parte da aprendizagem total que o ser humano realiza.A meu ver, essa definição de aprendizagem, por si só, justifica o caráter multidisciplinar da psicopedagogia. Assim, é imprescindível que o psicopedagogo tenha flexibilidade e abertura para integrar, articular e compartilhar conhecimentos e experiências com profissionais, cujas abordagens sejam distintas a sua. Não se pode perder de vista que trata-se de um mesmo fenômeno, analisado através de perspectivas diferentes e que não são excludentes, ao contrário, se complementam. Por isso, para mim trabalhar com profissionais com outras abordagens psicopedagógicas é sempre uma experiência muito enriquecedora.
Como doutora em Psicologia da Educação e Psicopedagoga, poderia esclarecer aos nossos leitores a diferença entre estes dois trabalhos, a Psicologia da Educação e a Psicopedagogia, já que estamos vivendo um momento em nossa profissão onde estes dois aspectos são confundidos por aqueles que desconhecem o trabalho do psicopedagogo?
No meu livro "A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática", logo na introdução faço uma discussão à respeito da diferença entre as denominações Psicologia Educacional, Psicologia Escolar e Psicopedagogia. Aqui, sem estender sobre o assunto, posso dizer que tradicionalmente a Psicologia da Educação diz respeito a uma área que estuda a utilização dos conhecimentos teóricos da Psicologia às questões da Educação. Trata-se portanto, de um campo teórico que vai resultar em teorias da Educação. Diferentemente, a Psicopedagogia consiste numa área de aplicação, que recorre à conhecimentos das diversas áreas que estudam o fenômeno humano na compreensão do processo de aprendizagem. Quero ressaltar que não se trata, como costuma-se pensar, na aplicação da psicologia à pedagogia.
Como você vê a evolução da Psicopedagogia no Brasil nestes últimos anos?
Em certos aspectos vejo a evolução da Psicopedagogia no Brasil nestes últimos anos com otimismo.Por exemplo, no que se refere ao conhecimento que vem sendo produzido através de dissertações, teses e outras pesquisas. Por outro lado, preocupa-me a proliferação de cursos de psicopedagogia em Instituições que visam apenas a parte financeira, e conseqüentemente geram práticas irresponsáveis em nome da psicopedagogia
O que pensa sobre a regulamentação da profissão do psicopedagogo?
A regulamentação da profissão é extremamente delicada. Seu aspecto positivo reside no fato de que talvez pudesse nos preservar da proliferação de cursos sem qualidade, bem como de práticas irresponsáveis que possam comprometer a credibilidade da psicopedagogia. Existe ainda o fato de que sendo uma profissão regulamentada ficam assegurados certos espaços de atuação como por exemplo, criação da carreira para nomeação de cargo em instituições governamentais. No entanto, parece-me que frente a oposição de outros profissionais à regulamentação da profissão ( diga-se de passagem meramente uma questão de reserva de mercado ), o psicopedagogo encontra-se despreparado, correndo o risco de desencadear uma problemática que acabe por restringir sua atuação .
Como anda o ensino nas instituições do governo e instituições particulares?O psicopedagogo já se faz presente de forma significativa?
Esta é uma questão que me mobiliza profundamente. O meu desejo é falar sobre este ponto por horas a fio, para demonstrar minha indignação com o descaso dos nossos governantes frente a educação no nosso pais. O ensino nas instituições do governo é da pior qualidade. Falo com a experiência de vários anos como supervisora de estágio na área de psicologia escolar, uma vez que os grupos de estagiários sob minha supervisão permanecem por um ano nas instituições de ensino da rede pública, e tem por tarefa realizar um diagnóstico e desenvolver um projeto de intervenção que atenda as principais necessidades da escola.O que temos constatado através dessas experiências é um caos absoluto. Podemos dizer que ao concluírem a 8a. série os alunos mal sabem escrever. É lamentável. Em relação as instituições particulares, podemos dizer que uma pequena parcela prima de fato pela qualidade de ensino, as demais são empresas com fins lucrativos, o que vale inclusive para o ensino de Terceiro Grau. Quanto ao psicopedagogo, este se faz presente, mas no sentido de receber das escolas o encaminhamento de alunos com dificuldades de aprendizagem, do que propriamente como psicopedagogo institucional. Porém, tenho observado recentemente uma crescente demanda em relação ao psicopedagogo nas instituições particulares e até mesmo a iniciativa de alguns municípios na implantação da carreira de psicopedagogo institucional
Nadia Aparecida Bossa - Pedagoga, psicóloga, psicopedagoga, mestre em psicologia da educação PUC/SP, doutora em Psicologia e Educação pela USP; Professora e supervisora da PUC/SP; Coordenadora do curso de especialização em psicopedagogia do Instituto Metodista de Ensino Superior; Professora e supervisora da Faculdade de Psicologia da Universidade São Judas Tadeu

SUGESTÕES DE TEXTOS
by Reciclagem de Artigos in

Para uma análise das instituições
A travessia do Rio
A águia e a galinha
Relações interpessoais e gestão democrática
Os valores éticos
Profissionais da relação
Fundamentos da educação
Eloisa Fagali contribuições Pichon
Inteligência emocional
Saberes, tempo, aprendizagem (Tardif)
Planejamento um ato coletivo
Ética e organização escolar
Formação de professores e trabalho pedagógico
Educando o profissional reflexivo
Afetos manifestos
Professor reflexivo no Brasil
Os 7 saberes necessários á educação
A religação dos saberes
Profissão professor

Técnicas de leitura
domingo, 7 de fevereiro de 2010 by Reciclagem de Artigos in

Grande parte de nossa evolução depende diretamente do que ouvimos e principalmente do que aprendemos através das leituras
Fazer estas anotações para sintetizar os principais procedimentos que certamente vão levar mais qualidade e bons resultados ao ato de ler. Estas são as recomendações básicas:
1. Exercite o hábito da leitura, para ela se tornar um recurso diário e natural;
2. Leia sempre, mais e melhor. Desde jornais, livros, informativos;
3. Comece analisando melhor e pesquisando os próprios livros que estão esquecidos nas prateleiras, e que por qualquer razão ainda não encontrou um tempinho para manusear;
4. Lembre-se de fazê-los circular entre as pessoas de seu círculo de amizade, assim você levará oportunidade para muitos;
5. Tempo para ler existe. É só querer!
6. Importante o estado orgânico de quem lê. Torna-se difícil um bom aproveitamento quando temos um mau estar físico, por exemplo, dor de cabeça;
7. A bebida também prejudica a leitura. O álcool torna o homem improdutivo e a essência alcoólica anestesia o cérebro, que deixa de assimilar, registrar e, principalmente, refletir sobre os conteúdos lidos;
8. A iluminação é outro fator importante. Devemos, sempre que possível, ler com a luz do dia. Na falta desta, podemos apelar para uma boa iluminação;
9. As melhores horas para se ler são as horas da manhã, quando o cérebro está mais descansado, ou no entardecer, após um banho, que nos causa um alívio físico e espiritual das atribulações diárias;
10. Termos a consciência do livro que vamos ler é muito importante. Ter uma reserva a mais de atenção e de concentração, e não esquecer de parar periodicamente para uma anotação ou reflexão.
11. Faça marcações nas páginas, sublinhando textos importantes, frases,anote ao lado na margem: importante;
12. Não se preocupe muito com a beleza do compêndio. Quando mais você puder participar, dissecando, retaliando, anotando, é bem melhor, tanto para quem lê como para quem tenha acesso àquela obra;
13. Também no caso de uma releitura (o que é sempre recomendável), teremos as referências anteriores que automaticamente vão se somando ao conteúdo e reforçando a compreensão global e do pensamento do autor;
14. Quando alguém pedir um livro a você, antes de ceder procure levar em conta os pré-requisitos de quem vai receber. Seria um erro oferecer um livro de leitura mais profunda para um iniciante, bem como dar um livro leve a quem tenha bons recursos para aprender mais com uma leitura mais apropriada;
15. Freqüentes livrarias e feiras de livros. Nas feiras de livros você encontra ótimo menu para escolher o que melhor lhe convém;
16. Também as feiras de livros se constituem em ótima oportunidade para se presentear alguém, lembrando mais uma vez de presentear a pessoa certa com o livro certo. Lembre-se da dedicatória.
17. Quando presentear alguém com uma boa leitura, não deixe de motivar o leitor, falando algo sobre a obra que o deixe realmente interessado;
18. Os livros têm a finalidade de nos ajudar a compreendermos o progresso e a evolução. Vai depender de cada um, do seu próprio esforço querer conhecer, auto-desenvolver-se.
19. Todos nós temos os mesmos objetivos em aprender e evoluir não esqueça das leituras básicas e essenciais. Sem elas, o conhecimento adiante parece, às vezes, sem essência;
Conclusão: precisa ser reconhecida, internalizada, os conhecimentos compreendidos, enfim, ter uma boa relação com os livros.
TESTE
Qual a sua velocidade de leitura?
Experimente ler (em silêncio, sem soletrar as palavras) o seguinte texto, contando o tempo que leva para fazê-lo (em segundos):
Quantos planetas há no Sistema Solar? Qualquer pessoa responde com facilidade: nove. Todavia, para chegar a esta simples conclusão, o mundo da astronomia teve de percorrer um longo caminho de descobertas, pistas falsas e erros.
A família planetária conhecida começava com Mercúrio e acabava com Saturno, até que, em 1781, William Herschel descobriu, de forma acidental, um novo membro da família, Urano, através do telescópio instalado no seu jardim, em Bath (Inglaterra). A descoberta valeu-lhe fama imediata e uma pensão vitalícia do rei.
Espicaçados pelo êxito de Herschel, outros astrónomos dedicaram-se de imediato a estabelecer as bases de uma nova disciplina, a caça aos planetas, mas foi preciso mais de meio século para localizarem a primeira presa. Neptuno foi registrado em 1846, embora a sua existência já antes tivesse sido demonstrada no papel: os astrónomos tinham reparado em ligeiras irregularidades na órbita de Urano, apenas explicáveis pela atração gravitacional provocada por outro corpo de grandes dimensões.
Generalizou-se assim entre os cientistas, a esperançosa idéia de que os mundos invisíveis podiam ser descobertos observando meticulosamente os subtis movimentos orbitais dos planetas conhecidos.
Agora compare o tempo gasto na leitura com a seguinte tabela: 30 segundos
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